Você estava com sua agenda organizada, shows marcados, gravações e lançamentos agendados quando, de repente, o mundo virou de pernas pro ar. O público – que já vinha minguando, mesmo antes da COVID-2019 chegar definitivamente ao Brasil – foi forçado a ficar em casa ao passo que bares, restaurantes e casas de espetáculo foram fechando suas portas e festivais e eventos foram sendo adiados ou cancelados.
Não adianta mentir: é um cenário difícil. O entretenimento é um dos setores que mais sente (e sentirá cada vez mais) os efeitos deste novo contexto de isolamento social – até aqui, a única medida comprovadamente eficaz na diminuição do alastramento da pandemia. É difícil estimar as perdas do setor, ainda mais no Brasil, onde a informalidade entre os trabalhadores do meio é grande, dificultando, por exemplo, mensurar mesmo quantas pessoas e empregos serão afetados.
Nem tudo está perdido, no entanto. Uma coisa que a História mostra através dos séculos é que se há algo que o mundo da música sabe fazer é se reinventar. Em tempos de crise, a arte tem o nobre papel de levantar o espírito das pessoas, e graças à Internet, entre outras coisas, hoje não precisamos mais estar em contato direto com nossa audiência para que nossa mensagem chegue até ela. E, agora mais do que nunca, assim como as pessoas precisam dos profissionais da saúde, também precisam de música em suas vidas.
À luz de tudo isso, hoje trouxemos algumas dicas para que você possa manter corpo e mente saudáveis, inspirado e mantendo-se inspirado.
Siga as recomendações dos órgãos de saúde
Nunca é demais reforçar: fique em casa. As autoridades de saúde recomendam que as pessoas pratiquem o isolamento social o máximo possível. Além disso, lavar as mãos frequentemente com água e sabão também é uma atitude eficaz na prevenção ao vírus. Caso sinta algum dos sintomas da doença, isole-se das demais pessoas do seu domicílio e trate os sintomas. Procure ajuda médica apenas em caso de dificuldade extrema para respirar. Para mais dúvidas, consulte o Ministério da Saúde ou a Secretaria de Saúde do seu Estado. E cheque as fontes de quaisquer notícias que chegarem até você antes de compartilhar: muitas vezes as mentiras causam mais dano do que o próprio vírus.
Tenha um local e uma rotina de trabalho
Há um sem-fim de postagens em blogs de produtividade que reforçam a importância de se ter um local reservado em casa para o trabalho. Nada de trabalhar de pijama ou largado no sofá: chegou a hora de você ter seu próprio home office. Ou melhor: home studio. Na medida do possível, monte você mesmo este espaço em sua casa: o cômodo da bagunça pode ser uma boa, ou mesmo a mesa da cozinha, para quem não tem espaço algum.
Caso você não tenha ainda, talvez seja a hora de investir em sua própria infraestrutura caseira de produção musical – nada de microfones muito caros, a princípio. Há opções com excelente custo benefício no mercado, basta procurar.
Além do espaço de trabalho, o tempo também é importante. Quando seguimos uma rotina fixa de trabalho todos os dias, o cérebro trabalha melhor e atinge picos de produtividade. Organize-se e anote seus afazeres diários em um caderno ou em alguma ferramenta como o Trello ou Asana, desde que faça sentido para você.
Informe-se
Enquanto muitas pessoas aguardam ansiosamente pelo retorno dos “velhos tempos”, há quem já tenha internalizado para si que estes dias não vão voltar. O coronavirus veio para ficar, e sua presença irá mudar consideravelmente a sociedade nos próximos anos. Isso impactará fortemente a indústria musical, e, enquanto não podemos prever o futuro, manter um olho atento para tendências mundo afora – ou seja, entender o presente – é a melhor maneira de não entrar em obsolescência.
Exercite-se
No confinamento, é tentadora a ideia de não gastar energia, tendo como deslocamentos máximos a ida do quarto pra sala e da sala pra cozinha. Não caia nessa. O YouTube está cheio de profissionais de educação física que, assim como nós, artistas, estão aproveitando para produzir conteúdo – rotinas de treino de curta duração que podem ser feitas na sala da sua casa, sem uso de equipamentos caros. Aplicativos como o Freeletics também oferecem programas de treino e, caso nenhuma dessas opções te satisfaça, o bom e velho Fit Dance está aí como uma opção mais divertida de se manter ativo. O que não vale é ficar parado.
Acalme sua mente
É importante se atualizar, sim, mas é mais importante ainda cuidar da sua saúde mental. Ficar o dia inteiro acompanhando notícias e Twitter pode causar danos sérios à autoestima, agravando ainda mais os problemas mentais causados pela solidão, como depressão e ansiedade.
Use as redes sociais a seu favor. Conecte-se com amigos e família. Faça chamadas de vídeo. Assista às lives de seus colegas de profissão, interaja com seus seguidores nas redes. Porém, vale o lembrete de que o consumo excessivo de conteúdo nas redes sociais está relacionado com surgimento ou acentuação de problemas mentais, então, use com parcimônia.
Por fim, conecte-se com você mesmo(a). Tire um tempo por dia para se perguntar como foi, como está sendo, permita-se sentir. Se você ainda não faz acompanhamento psicológico, talvez seja uma boa hora pra começar. À distância, claro.
Crie
Usar este momento de isolamento social para criar novas obras – ou mesmo revisitar obras antigas – é uma boa, tanto para manter fãs engajados quanto para ocupar a mente com coisas novas. Além disso, o artista é o repórter de seu tempo. É nossa função social usar a arte para contar às pessoas aquilo que as notícias – por sua imparcialidade – não contam. Temos a importantíssima missão de traduzir o sentimento da sociedade em obras que irão atravessar o tempo, então, mais do que nunca, devemos nos manter ativos: algo em que esperamos muito ter te ajudado ao compartilhar estas dicas!